Reconstituição da villa de Milreu na 2ª metade do séc. 4º da nossa Era |
Divulgação científica e cultural sobre a villa de Milreu e o Algarve Romano
Programa de conteúdos para um ciclo de exposições temporárias e para um centro interpretativo permanente
Uma interessante conferência em Milreu na Primavera de 2009, sobre os peixes representados nos mosaicos locais, esteve na origem da constatação do tremendo abandono e subaproveitamento informativo das ruínas da villa romana.
A reunião então de um grupo considerável de pessoas culturalmente e profissionalmente diferenciadas revelou também factos relevantes:
- O grande interesse pelo lugar e pela identificação, reconstituição e uso das estruturas sobreviventes no passado.
- A total incapacidade de ler as ruínas e de as relacionar com as edificações originais.
- Um profundo desconhecimento de tudo o que diga respeito à Época Romana em geral e ao Algarve Romano em particular.
Surgiu assim a ideia de organizar uma exposição temática sobre Milreu e o seu contexto histórico e regional, numa época oportuna em que estava a escrever um estudo sobre Marim (com algumas partes entretanto publicadas neste blogue) e em que a tese de Felix Teichener tinha sido há pouco publicada.
Em Setembro desse ano acordámos apresentar uma proposta mais elaborada, ficando eu encarregue da sua elaboração e apresentação, que se realizou em Janeiro de 2010 à Direcção Regional de Cultura do Algarve, então dirigida pela arqueóloga Dália Paulo.
Este post contém as partes mais importantes dessa proposta.
INTRODUÇÃO
A villa romana de Milreu é a estação arqueológica visitável mais importante do Algarve. Para amplas camadas do público é o único monumento conhecido dessa época, constituindo um verdadeiro ex-libris do Algarve Romano.
A importância histórica e científica de Milreu transcende no entanto as fronteiras culturais da região. É a villa romana mais bem estudada e com mais referências em publicações internacionais e constitui um exemplar paradigmático de villa hispânica tardia, com aspectos originais que a tornam motivo de interesse permanente por parte de especialistas e leigos.
No entanto, esta importância e interesse estão muito longe de se reflectir nos dispositivos de informação e conhecimento existentes no local.
Existe um larguíssimo hiato entre os vestígios visíveis e o riquíssimo contexto histórico-arqueológico, artístico e cultural que os fundamenta. Na actualidade é virtualmente impossível apreender a reconstituição arquitectónica e decorativa das ruínas da villa na 2ª metade do séc. IV – época do seu apogeu – assim como a história espacial e funcional de Milreu, numa visão diacrónica de mais de 800 anos de ocupação.
Esta proposta tem como objectivos colmatar este défice nos seus pontos mais importantes e contribuir para transformar Milreu numa sala de visitas do Algarve Romano e num possível centro explicativo da Época Romana, a nível regional.
AUTORES
Félix Teichner
Arqueólogo, professor doutorado na Universidade de Frankfurt. Sucessor de Theodore Hauschild no estudo do Algarve Romano pela escola arqueológica alemã. A sua investigação sistemática de Milreu (e Abicada e Cerro da Vila) representa um ponto culminante dos seus trabalhos até à data, elevando o nível de conhecimentos sobre o local a um grau nunca antes atingido, materializado na sua tese de doutoramento Zwischen land und Meer. Destacam-se as escavações originais de importantes sectores da villa, o estudo exaustivo e comparado das divisões edificadas e as reconstituições arquitectónicas e musivárias.
Principal bibliografia do autor sobre Milreu e outras villas romanas do Algarve:
- Acerca da vila romana de Milreu/Estoi – Continuidade da ocupação na Época Árabe, Arqueologia Medieval, 3, Mértola, 1994
- Die römischen Villen von Milreu (Algarve/Portugal). Ein Beitrag zur Romanisierung der südliichen Provinz Lusitania, Madrid Mitteilungen, 38, Mainz, 1997
- Uma nova interpretação da área 21, a partir da da planta elaborada por Sebastião Philippes Martins Estácio da Veiga, sobre a Villa romana de Milreu (Estoi, Algarve) – notícia preliminar. In O Arqueólogo Português, IV, 19,2001
- Resultados preliminares das últimas escavações na parte rústica noroeste da Villa romana de Milreu. Actas do Encontro de Arqueologia do Algarve 2001, Xelb, 4, Silves, 2001
- Milreu, ruínas, IPPAR, Lisboa, 2002 (co-autoria)
- Resultados preliminares das últimas escavações na pars rústica noroeste da villa romana de Milreu, XELB, 4, 2003
- Breve descrição dos vestígios arqueológicos identificados sob a Casa Rural de Milreu (Estoi, Faro). Estudos/Património, IPPAR, 6, Lisboa, 2004.
- Cerro da Vila – aglomeração secundária e centro de produção de tintura no sul da província Lusitânia. In Actas do 2° Encontro de Arqueologia do Algarve, Xelb, 5, Silves, 2005
- Neue Forschungen zu den römischen Villen Lusitaniens. In Akten des Kollquiums Vesprem 2004. Balácai Közlemények, 9, Vesprem, 2005.
- Produção de tintura no sul da Lusitânia – O caso da estação portuária do Cerro da Vila. In Actas do Simpósio Internacional em homenagem a Françoise Mayet. Setúbal Arqueologica, 13, Setúbal, 2006
- Imagens da vida de civilizações perdidas – A reconstrução virtual da arquitectura romana em Pompéia (Itália) e no Sul da Lusitânia (Portugal). In Actas do Encontro de Arqueologia do Algarve 2005. Xelb, 6, Silves, 2006
- De lo Romano a lo Árabe. La transición del Sur de la Provincia de Lusitania a Al-Gharb al-Andalus. Nuevas investigaciones en los yacimientos de Milreu y Cerro da Vila, AESPA, XXXIX, Madrid, 2006
- Cerro da Vila – Aldeia do mar na época islâmica. In Al-Ândalus espaço de mudança – Homenagem a Juan Zozaya – Mértola 2005. Mértola. 2006 (co-autoria)
- Subsídios para a restituição virtual da villa romana de Abicada (Mexilhoeira Grande, Algarve), Património-Estudos, 10, IPPAR, Lisboa, 2007
- La pars urbana tardorromana de la Villa de Milreu (Estoi, Portugal): nuevos descubrimientos y antiguos documentos, Gijón, 2008
- Entre tierra y mar. Zwischen land und Meer, 2 vols., Stvdia Lvsitana, nº3, Museu Nacional de Arte Romano, Mérida, 2008
Luis Fraga da Silva
Geógrafo humano, membro da direcção do Campo Arqueológico de Tavira. Autor de diversos trabalhos de história territorial e cartografia do Algarve Romano, com destaque para a síntese corográfica da região e para os estudos monográficos: o norte e o leste do território de Ossonoba, Balsa e a sua região, Tavira e o Algarve oriental e os centros do litoral. A problemática das villae tardias e de Milreu tem um papel importante na sua obra mais recente – ainda em curso – sobre Marim romano.
Principal bibliografia do autor sobre temas do Algarve Romano:
- A região de São Brás de Alportel na Antiguidade. O povoamento romano e a sua evolução posterior; Campo Arqueológico de Tavira, 2002
- Corografia do Algarve Romano. Reconstituição da costa, do povoamento, da rede viária, dos cadastros e da toponímia. Cartografia e memória descritiva; Campo Arqueológico de Tavira, 2003-7
- O Santuário do Monte Figo e as rotas marítimas do Algarve Romano in
O culto de Baal em Tavira; Huelva Arqueologica, 20, 2004 (co-autoria).
- Tavira Romana e a rede viária do Algarve Oriental; Campo Arqueológico de Tavira, 2005
- A forma urbana de Ipses/Albur/Alvor; Xelb, VI, Silves, 2006
- Portos do Algarve Romano: Tipologia, Portus Hannibalis, Lacobriga, Portus Magnus, Vilamoura e Ossonoba; blogue imprompto.blogspot.com, 2005-6
- O Algarve Romano em voo de pássaro, Apresentação, S. Brás de Alportel, 2006
- Balsa, cidade perdida; Câmara Municipal de Tavira e Campo Arqueológico de Tavira, 2007
- Balsa, cidade perdida: exposição; concepção e conteúdos; Campo Arqueológico de Tavira, 2008
- Marim Romano e o território entre Ossonoba e Balsa; Campo Arqueológico de Tavira, 2009
Sinergia de conhecimento e experiência
A reunião destes investigadores neste projecto representa uma mais-valia única no actual quadro de investigação original sobre o Algarve Romano, através de uma concepção partilhada da História e de dois pontos de vista que se complementam: o da arqueologia e o das ciências sociais históricas.Ambos os autores têm noções claras da importância cultural da divulgação científica de qualidade, no âmbito histórico-arqueológico da Época Romana, e ambos têm prática demonstrada de elaboração de conteúdos correspondentes, textuais e gráficos, sobre temas de grande complexidade.
OBJECTIVOS E ESTRATÉGIA
Objectivos programáticos
Pretende-se privilegiar o carácter social humano dos vestígios arqueológicos, em detrimento de um antiquarianismo formalista.Colocam-se assim as ciências sociais históricas como fundamentos das diversas sínteses explicativas sobre Milreu. Procura-se explicar e interpretar o sítio como resultante de longos e complexos processos políticos, socio-económicos, culturais e técnicos que moveram muitas gerações humanas através de um tremendo esforço social, próprio do domínio romano.
Pretende-se também destacar os elementos sobreviventes que são visualmente e esteticamente mais notáveis e apelativos, símbolos principais da riqueza cultural do lugar.
Estes objectivos primordiais concretizam-se através do papel central dado às reconstituições arquitectónicas como nível charneira entre a evidência arqueológica e a sociedade, a cultura e o território da época romana.
Tal abordagem é possível graças às características do local – nomeadamente a extensão das ruínas conservadas e o nível do seu estudo. Assim, a reconstituição da arquitectura (e, secundariamente, da decoração arquitectónica, nomeadamente da musivária) é o tema de maior destaque na presente proposta e os projectos museográficos relacionados correspondem à maior parte dos custos financeiros do projecto.
A arquitectura reconstituída articula-se directamente com a história da ocupação do lugar – através das fases de edificação identificadas - e com as características do seu povoamento, que relaciona o sítio de Milreu com os paralelos de outras villas e com o conceito geral de villa nas suas facetas estrutural, sociopolítica, cultural e económica.
A história do sítio e a sua localização articulam-se por sua vez com a história do Império romano e as suas extensões regionais ao Algarve e ao território de Ossonoba. O contexto regional de Milreu é considerado determinante na compreensão da localização e desenvolvimento do sítio.
A fase de apogeu de Milreu, directamente ligada às ruínas existentes liga-se directamente às características da sociedade romana do séc. IV e ao fenómeno das villas tardias, de que Milreu constitui um exemplo paradigmático.
Estratégia
Pretende-se elaborar uma síntese rica e actualizada, com níveis explicativos de grau de complexidade e detalhe distintos e com uma diferenciação temática adequada a grupos de públicos diversificados.Distinguem-se três tipos de público:
- Público articulado e com hábitos de leitura, detentor de uma cultura geral média ou superior mas portador de um défice relativamente ao conhecimento da Antiguidade Clássica em geral e do Algarve Romano em particular.Este tipo de público constitui o alvo estratégico deste projecto, por ser genericamente o grupo potencialmente divulgador e transmissor de conhecimento para os restantes públicos, através de didactismo formal e informal nas esferas escolar, familiar e da comunicação mediática.
Enquadra-se neste perfil não só a grande maioria dos visitantes que visitam Milreu por sua própria iniciativa como também os professores dos níveis básico e secundário que realizam visitas didácticas ao local e os estudantes do ensino superior e profissional da esfera técnico-patrimonial, para quem Milreu constitui objecto de estudo curricular.
Também se incluem marginalmente neste grupo os gestores e funcionários da administração e dos sectores culturais e patrimoniais, com poder decisivo ou consultivo sobre temáticas relativas ao Algarve Romano ou que são chamados profissionalmente a escrever tópicos de divulgação histórico-cultural para o grande público.
- Jovens estudantes e adultos dotados de curiosidade e imaginação, que privilegiam as imagens relativamente ao texto escrito.Inclui-se neste grupo a parte do público que poderá ser estimulada a pertencer ao grupo A e, em particular, a geração futura que se poderá interessar vocacionalmente pelo estudo da História Antiga.
- Crianças e adultos sem cultura geral e funcionalmente iletrados, que privilegiam os objectos físicos e os filmes sonorizados relativamente a imagens codificadas ou abstractas. Incluímos neste grupo uma parte importante dos visitantes passivos, integrados em visitas organizadas.Relativamente a este grupo o programa pretende elaborar elementos de entretenimento que tornem positiva a memória da visita a Milreu e a experiência de contacto com aspectos da Antiguidade Romana, nomeadamente os elementos mais espectaculares de reconstituição arquitectónica e a compreensão do impacto da passagem do tempo entre o passado e o presente.
Usam-se para o efeito dispositivos museográficos complementares. Numa escala progressiva de abstracção: réplicas físicas em tamanho real; cenários físicos em tamanho real; maquetas físicas à escala; apresentação multimédia 3D passiva (vídeo); reconstituições estereoscópicas fixas; apresentação multimédia 3D activa (interactiva); painéis de texto e infografias de desenhos tridimensionais; plantas e alçados arquitectónicos; e composições decorativas.
A informação textual e infográfica (de imagens codificadas, de mapas, diagramas e plantas arqueológicas) que fundamenta os módulos de painéis expositivos e as respectivas edições impressas destinam-se fundamentalmente ao público do tipo A. Ao tipo B poderá ser atingido através da disposição hierarquizada de blocos de texto, através de títulos e destaques
O fundamental do investimento imagético (e dos correspondentes custos financeiros) consiste em reconstituições da arquitectura e dos ambientes visuais do local, em épocas correspondente às ruínas actualmente visíveis. Privilegia-se neste âmbito os públicos B e C:
Réplicas materiais | Visão de elementos materiais tal como seriam na sua época original. Modo sensorial simples de revelar os efeitos da passagem do tempo e valorizar os vestígios degradados sobreviventes, sobretudo quando as réplicas se podem colocar in situ. A sua exposição permite ainda a salvaguarda do original. |
Cenários | Montagens reunindo elementos arquitectónicos e decorativos reconstituídos, réplicas de mobiliário e, eventualmente, manequins vestidos. |
Maquetas comparadas | Comparação visual do mesmo terreno em escala reduzida nas duas épocas proporcionando uma integração mental da passagem do tempo e dos seus efeitos na paisagem. |
Maquetas didácticas | Modelos à escala de edifícios específicos, revelando detalhes arquitectónicos interiores e exteriores e elementos funcionais. |
Estações estereoscópicas | Descritas mais adiante. |
Vídeo | Animação 3D, descrita mais adiante. |
PROPOSTA
Desenvolvimento de conteúdos temáticos sobre a villa romana de Milreu, ao longo de um período de dois ou três anos.A proposta materializa-se através de um plano de realização de dispositivos museológicos, em que a responsabilidade dos autores é definida nos tópicos a seguir enunciados:
Ideias
A concepção e projectos de realização da proposta são da exclusiva responsabilidade dos autores.Conteúdos
Todos os conteúdos são produzidos pelos autores e membros da sua equipa, nomeadamente:Textos
Imagens e composições infográficas
Planos arquitectónicos e topográficos
Desenho de adereços
Guiões multimédia
Especificações de dispositivos museográficos físicos
Modelo digital 3D (versão elementar)
Os autores podem solicitar ao Promotor elementos documentais e informativos necessários à realização do projecto, nomeadamente fundos cartográficos e estatísticos na posse de instituições públicas.Colaborações
Os autores podem cooptar outros investigadores ou técnicos de temáticas específicas.Pré-produção
Os autores produzirão pessoalmente as especificações de pré-produção dos conteúdos finais, ou delegá-las-ão em membros da equipa ou das entidades encarregadas da produção, conforme entenderem ser mais adequado à garantia da qualidade final. Cabe nomeadamente aos autores definir os layouts de pré-produção dos painéis dos módulos expositivos, das animações 3D e de parte das edições.Realização
A realização dos dispositivos propostos (produção e pós-produção) fica a cargo de terceiros, a designar pelo Promotor, com a anuência dos autores. O Gestor do Projecto articulará as relações entre as partes.Controlo de qualidade
Os autores ou elementos da equipa são responsáveis pelo acompanhamento e controlo de qualidade da produção de terceiros, com destaque para as artes gráficas e para a revisão e edição final pelos autores de todos os textos e materiais apresentados e publicados. Os autores são pessoalmente responsáveis por todos os elementos museográficos produzidos ou contratados e têm direito de veto sobre a sua aceitação.
Eventos
Os autores e elementos da equipa apresentarão uma disponibilização programada para a realização de colóquios organizados pela entidade promotora no âmbito de cada fase ou evento museológico, descriminados no faseamento da proposta.Manutenção dos conteúdos dos módulos expositivos
Os autores manterão uma actualização de conteúdos segundo a evolução do estado dos conhecimentos, a correcção de erros e a experiência adquirida ao longo das apresentações temáticas (módulos expositivos), durante o prazo útil de apresentação e itinerância das apresentações.Conteúdo
Elementos museológicos | Descrição sumária | Público alvo |
1. Programa de módulos expositivos | Módulos constituídos por colecções de painéis de textos e infografias e por edições auxiliares. Cada tema corresponde a cerca de 4-8 painéis A0 de informação. Os módulos correspondem a exposições autónomas e transportáveis. Podem ser reutilizados noutros locais e ter um carácter mais ou menos temporário, de acordo com as necessidades de programação. A possibilidade de replicação física aumenta o potencial informativo deste tipo de dispositivo e diminui os custos unitários da sua produção. | |
1.1 Módulos temáticos parciais | Cerca de 8 temas. Ver plano temático mais adiante, na pág. 21. Certos temas são passíveis de subdivisões em módulos distintos ou de agregação num só módulo. | A |
1.2 Módulo de síntese | Incorpora as sínteses temáticas parciais | A |
2. Edições | Por razões de economia apenas se propõe a tradução das folhas de sala e das brochuras dos módulos expositivos. A tradução do livro sobre os mosaicos poderá justificar-se em termos comerciais. Deixa-se ao critério da entidade promotora a selecção das línguas da tradução. | |
2.1 Associadas aos módulos expositivos | ||
2.1.1 Folhas de sala | Correspondentes a cada módulo expositivo. Folheto A4 a preto e branco, em várias línguas. Incluem toda a informação textual e imagética dos painéis e de outros elementos expostos. | A |
2.1.2 Brochuras correspondentes a módulos ou temas gerais | Brochura impressa a cores, em várias línguas. Com textos mais desenvolvidos relativamente às folhas de sala. | A |
2.2 Publicações de obras originais | Edições com a chancela do IPPAR ou co-edições com uma editora comercial. | |
2.2.1 Milreu. Guia Arqueológico e Cultural | Plano a desenvolver oportunamente | A |
2.2.2 O Algarve Romano em voo de pássaro | Plano a desenvolver oportunamente | A |
2.2.3 Os mosaicos romanos de Milreu. Reconstituição e situação original | Catálogo sistemático dos mosaicos.
Os peixes. Estudo figurativo e biológico. Aspectos artísticos e técnicos. Paralelos. Contexto sociopolítico e cultural | A |
3. Projectos museográficos especiais | ||
3.1 Estações estereoscópicas fixas | Reconstituição arquitectónica e ambiental de 4 a 6 pontos de vista fixos, reconstituídos em estereoscopia. Estações em sítios pré-definidos da villa: postes com visores estereoscópicos orientados para um dado campo de visão, com slides a cores desse ponto de vista reconstituído (slides tipo viewmaster). Permite a visualização a cores e em três dimensões das estruturas edificadas reconstituídas, correspondentes ás ruínas actualmente existentes e segundo um ponto de visão realista, à escala real. Dois visores por poste, colocados à altura dos olhos de um adulto e de uma criança de 8-12 anos. | B/C |
3.2 Maquetas físicas comparadas, na época romana e na actualidade | Duas maquetas na escala proposta de 1:100, da mesma área originalmente abrangida pela villa romana. A | B/C |
3.2.1 Em c. 350 | Maqueta do conjunto da villa romana na sua época de apogeu, correspondente à maioria das ruínas sobreviventes. | |
3.2.2 Na actualidade | ||
3.3 Apresentações multimédia 3D. Reconstituição digital da arquitectura, decoração e paisagem | ||
3.3.1 Vídeo sonorizado | Ver esboço do guião mais adiante, na pág. 22. | B/C |
3.3.2 Aplicação interactiva | A desenvolver oportunamente | B |
3.4 Cenários museológicos em tamanho real | Encenações arquitectónicas e decorativas de partes específicas de divisões da villa. Destaque para os elementos arquitectónicos e para as decorações murais e de pavimentos nas suas cores originais. | C |
3.4.1 Zona do triclínio 3.4.2 Zona da galeria do peristilo | ||
3.5 Maquetas físicas de edifícios específicos | Modelos à escala, entre 1:20 e 1:50. Com cortes na estrutura que permitem uma visão interior dos edifícios. Adição de elementos de mobiliário, de produções e de ilustração de actividades humanas. Acompanhadas de painéis com infografias explicativas. | B |
3.5.1 Lagar de azeite | ||
3.5.2 Lagar de vinho | ||
3.5.3 Celeiro | ||
3.5.4 Balneário | ||
3.5.5 Templo | ||
3.6 Réplicas físicas em tamanho real | Réplicas de elementos arquitectónicos, reconstituídos com o seu aspecto original. | C |
3.6.1 Mosaico reconstituído dos peixes do peristilo | Painel reconstituído do mosaico dos peixes do pavimento oriental do peristilo. | |
3.6.2 Elementos da colunata do templo | Três colunas reconstituídas e duas arcadas correspondentes, in situ. | |
4. Conferências (associadas aos módulos expositivos e à edição de livros) | A |
Faseamento
O faseamento deriva de da combinação de três factores:- Precedência contingente do desenvolvimento de certos tópicos e distribuição do tempo necessário ao desenvolvimento dos conteúdos.
- Primazia programática dos conteúdos destinados ao grupo de público A relativamente aos dispositivos técnicos e materiais.
- Distribuição temporal da carga financeira
Elementos | Faseamento temporal sequencial | |||
Fase 1 | Fase 2 | Fase 3 | Fase 4 | |
1. Módulos expositivos | 1.1 Módulos parciais | 1.2 Módulo de síntese | ||
2. Edições | 2.1.1 Folhas de sala 2.1.2 Brochuras | 2.2.1 Livro Milreu 2.2.2 Livro Algarve Romano | 2.2.3 Livro Mosaicos | |
3. Projectos museológicos especiais | 3.1 Estações estereoscópicas 3.2 Maquetas gerais | 3.3.1 Video 3D 3.3.2 Aplicação interactiva 3D | 3.4 Cenários tamanho real 3.5 Maquetas de edifícios específicos 3.6 Réplicas físicas | |
4. Conferências | Cada módulo | Livro Milreu Livro Algarve Romano | Apresentação multimédia Livro Mosaicos |
Precedências
Fases preparatórias e de pré-produção. Relações de precedência entre conteúdos gerais e elementos museográficos. Elaboração de conteúdos. Fases preparatórias comuns | ELEMENTOS MUSEOGRÁFICOS | Fases de pré-produção | |||||
originais Textos em português | Textos e figuras | 2.2.1 Livro Milreu | Selecção de ilustrações Layout Revisão de autor Material de promoção e divulgação | ||||
2.2.2 Livro Algarve Romano | |||||||
2.2.3 Livro Mosaicos | |||||||
1. Módulos expositivos | Sequenciação e hierarquia dos cartazes e elementos museográficos | Brochura | |||||
Textos em alemão | Tradução Revisão | Folhas de Sala | |||||
Painéis expositivos | |||||||
Legendas e efeitos museográficos | |||||||
Figuras | Mapas Infografias Fotos e desenhos | ||||||
Material de promoção e divulgação | |||||||
Desenhos arquitectónicos: plantas e alçados, em alemão | Tradução Revisão | 3.6 Réplicas | Projecto | ||||
Modelo digital 3D da villa e do território | 3.1 Estações estereoscópicas | Projecto das estações Selecção de pontos de vista Correcções e acabamentos dos slides | |||||
3.2 Maquetas gerais | Projecto | ||||||
3.3 Animações 3D em vídeo | Guião Acompanhamento da produção vídeo | ||||||
3.4 Cenários | Projecto Selecção de mobiliário e detalhes decorativos | ||||||
3.5 Maquetas edifícios | Projecto Selecção dos edifícios e cortes Selecção de trabalhos, objectos e figuras |
Todos os projectos museográficos especiais (itens 3 da Proposta), com excepção das réplicas (3.6), são contingentes do desenvolvimento prévio do modelo digital 3D da arquitectura, decoração e terreno.
Este modelo digital estrutura-se em três níveis de desenvolvimento complementares, progressivamente mais realistas, completos e dispendiosos:
Nível de Animação 3D arquitectónica e paisagística | Projectos museográficos contingentes | |
1 | Terreno, volumetria arquitectónica e desenho de alçados em pequena escala (baixa resolução) para a totalidade do sítio. Fases construtivas da villa. | 3.2 Maquetas físicas gerais comparadas do sítio |
2 | Partes específicas desenvolvidas em grande escala, com decoração detalhada e rendering realista. | 3.1 Pontos de vista dos slides das estações estereoscópicas 3.4 Cenários em tamanho real 3.5 Maquetas de edifícios com vistas interiores |
3 | Terreno em resolução topográfica entre Ossonoba e Milreu. Totalidade do sítio em média resolução. Detalhes seleccionados em alta-resolução. | 3.3 Animação 3D. Vídeo e aplicação interactiva |
PROPOSTAS ALTERNATIVAS
Considerando-se o cenário plausível de limitações financeiras e de prioridades exógenas de programação, apresentam-se as seguintes propostas alternativas:Propostas parciais
1. Fases 1+2
2. Fases 1+2+3
Propostas minimalistas
3. Módulo expositivo de síntese
Edição de livros: Milreu, Algarve Romano e Mosaicos
Conferências relativas ao módulo e aos livros
4. Conteúdo da proposta 3
Estações estereoscópicas
DETALHES SELECCIONADOS DA PROPOSTA
1 .Plano temático dos módulos expositivos (Item 1.1 da proposta)
1 História, arquitectura e organização espacial e funcional da villa
1.1 Evolução histórica da ocupação de Milreu e do seu espaço edificado
1.2 A villa romana. Modelo de povoamento e instituição social e económica
1.3 Espaços e usos especializados
1.4 Villas romanas do Algarve
2 O Algarve Romano em voo de pássaro
2.1 A Época romana em contexto histórico.
2.2 As grandes fases da dominação romana
2.3 Território e ocupação. Síntese corográfica
2.4 Contexto geoeconómico do Sul da Lusitânia no Império Romano
3 A villa senhorial
3.4 Lugar de lazer rural, de representação social e de sede de poder
3.1 Aposentos residenciais, áreas de recepção e zonas de serviço
3.2 O balneário
3.3 O triclínio
4 O templo
4.1 Interpretações e contexto histórico-geográfico
4.2 Paralelos
4.3 A reacção pagã contra o Cristianismo na segunda metade do séc. IV
5 Elementos decorativos
5.1 Mosaicos
5.2 Elementos arquitectónicos
5.3 A estatuária. O coleccionismo na Antiguidade
5.4 A pintura mural
5.5 Os peixes dos mosaicos de Milreu. Arte e biologia marítima
6 A villa económica
6.1 O lagar de azeite
6.2 O lagar de vinho
6.3 Armazéns e celeiros
6.4 A villa rústica e frutuária: lugar de guarda e de produção
6.5 Divisão dos campos e calendário agrícola
6.6 A economia agrícola e a organização social do trabalho
7 De Ossonoba a Balsa. Enquadramento territorial de Milreu
7.1 Cartografia e síntese corográfica
7.2 Ossonoba. História e topografia urbanas
7.3 Balsa. História e topografia urbanas
7.4 Litoral marítimo e territórios rurais entre Ossonoba e Balsa. Sítios de ocupação romana
8 Milreu e as villas tardias da Hispânia e do sul da Lusitânia
8.1 Paralelos arquitectónicos
8.2 O apogeu das villas tardias
8.3 Milreu e os seus proprietários em meados do séc. IV. Pistas interpretativas
2. Vídeo de animação 3D. Elementos do guião (Item 3.3 da proposta)
- A villa de Milreu na actualidade e resumo da sua historiografia
- O Império Romano. Introdução com zoom geográfico, de Roma à totalidade do Império e à Hispânia.
- De Ossonoba a Milreu
- Visão em voo de pássaro da costa do Algarve romano, da cidade de Ossonoba e seus arredores, do território até à Serra e da zona de Milreu sucessivamente ampliada.
- Visão em voo de pássaro da costa do Algarve romano, da cidade de Ossonoba e seus arredores, do território até à Serra e da zona de Milreu sucessivamente ampliada.
- Fases arquitectónicas da villa
- Planimetria e alçados reconstituídos. Evolução articulada com a cronologia histórica da Hispania e do Império Romano
- Planimetria e alçados reconstituídos. Evolução articulada com a cronologia histórica da Hispania e do Império Romano
- Visita a partes seleccionadas da villa
- Percurso cerimonial a partir do acesso Oriental: áreas cerimoniais e sociais
- Mausoléus de acesso à villa pela parte oriental
- Templo
- Átrio de entrada
- Balneário
- Peristilo
- Triclínio
- Aposentos
- Mausoléus de acesso à villa pela parte oriental
- Zona doméstica e de serviço
- Átrio e aposentos domésticos
- Cozinha e dependências do pessoal doméstico
- Átrio e aposentos domésticos
- A villa económica
- A possível casa do villicus
- Celeiros e produções
- Lagares
- A possível casa do villicus
- Mosaicos reconstituídos na sua situação original
- Tipologias estilísticas, contextos arquitectónicos e detalhes sobre os peixes
- Tipologias estilísticas, contextos arquitectónicos e detalhes sobre os peixes
- O Centro Explicativo de Milreu e as suas valências
Fases construtivas da villa de Milreu, segundo Felix Teichner
Villa romana de Milreu. Fase GH: anos 450 a 850 da nossa Era |
Villa romana de Milreu. Fase F: anos 350 a 450 da nossa Era |
Villa romana de Milreu. Fase E: anos 300 a 350 da nossa Era |
Villa romana de Milreu. Fase D: anos 225 a 300 da nossa Era |
Villa romana de Milreu. Fase C: anos 125 a 225 da nossa Era |
Villa romana de Milreu. Fase B: anos 50 a 125 da nossa Era |