Contribuição pessoal para as "Jornadas Europeias do Patrimóno" de 2012 e para comemorar o 100º post deste blog!
MAPA INTERACTIVO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS ROMANOS
versão experimental
Localização aproximada (±500 metros de erro) da totalidade dos sítios com ocupação romana no território português, identificados e com localização conhecida em 22 Setembro 2012.
"Clicar" sobre os símbolos para visualizar alguns atributos de informação associados. Pode mudar-se a ampliação e deslocar a parte visível do mapa. A zona de implantação abrange todo o país.
MAPA INTERACTIVO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS ROMANOS
versão experimental
Localização aproximada (±500 metros de erro) da totalidade dos sítios com ocupação romana no território português, identificados e com localização conhecida em 22 Setembro 2012.
"Clicar" sobre os símbolos para visualizar alguns atributos de informação associados. Pode mudar-se a ampliação e deslocar a parte visível do mapa. A zona de implantação abrange todo o país.
Fonte: Base de dados Endovélico (IGESPAR, Secretaria de Estado da Cultura)
A Base
de Dados Endovélico* de informação
arqueológica constitui hoje o
principal ponto de partida para o estudo da "arqueologia espacial"/"geografia
arqueológica" do território português, graças ao continuado esforço da equipa responsável
pela sua manutenção, desenvolvimento e melhoramento dos dispositivos de
consulta.
Limitações dos dispositivos de
consulta
Neste
último aspecto continuam porém a existir limitações muito sérias aos
utilizadores, de dificultação ao acesso sistemático e integral da informação
existente. O sistema de paginação é rígido e o sistema de interrogação é
limitado.
Nenhuma página reúne a totalidade de informação sobre um sítio nem
existe um meio automático de obter uma listagem integral de sítios e seus
atributos a partir de critérios omissos ou mais ou menos selectivos. Não é
possível obter, por exemplo, uma lista de sítios de um distrito nem uma lista
ou registo singular que contenha simultaneamente todos os períodos do sítio e
as suas coordenadas geográficas.
Solução de contingência
Elaborei uma folha
de cálculo estática - referente à situação da base de dados em 22 Setembro de 2012 - que resolve estas limitações, apresentando (quase) toda a
informação disponível de forma sistemática e exaustiva para os 8910 sítios
arqueológicos que tiveram um período de ocupação romano. A versão pública usada acima na janela de localização do GoogleMaps(tm) tem as seguintes características:
· As
coordenadas geográficas foram propositadamente truncadas, com uma erro estimado de ±500 metros
relativamente à localização real. Esta aproximação é mais que suficiente para
todos os estudos de cartografia de implantação supra-topográfica e de análise
espacial (corresponde a um erro cartográfico de ±2.5mm à escala 1:200 000, por
exemplo).
· Os detalhes das fontes documentais (trabalhos
arqueológicos e bibliografia) são excluídos, com excepção do título e do ano.
Porém, para além da lista de referências, apresentam-se os anos limites das
fontes de cada sítio (ano da fonte mais antiga e da mais moderna).
Qualidade da informação
A
qualidade da informação disponível tem também infelizmente numerosas e graves deficiências,
que devem ser conhecidas e avaliadas pelos eventuais interessados.
No caso
particular da Época Romana essas deficiências reflectem sobretudo o carácter
primitivo e esporádico da esmagadora maioria do registo dos vestígios romanos em
Portugal: proveniente de colecções de objectos de origem pouco definida; de
notícias de achados casuais; de prospecções impressionistas e não sistemáticas;
de intervenções antigas e e não aferíveis por critérios actuais; e de
intervenções técnicas excessivamente pontuais e incompletas.
As
consequências mais marcantes deste primitivismo no conteúdo da base de dados são
a falta de elaboração e sistematização na descrição dos vestígios, o
subjectivismo e modismo na classificação de sítios e as numerosas ausências de
localizações conhecidas (omissão de coordenadas geográficas e mesmo de
freguesia).
Atributos de informação
Os
atributos de informação registados e disponíveis por sítio são os seguintes:
· CNS:
Código Nacional de Sítio Arqueológico
· Designação
· Tipo de
sítio
· Distrito
· Concelho
· Freguesia
· Longitude
(truncada com erro de cerca ±500-600m)
· Latitude
(truncada com erro de cerca ±500-600m)
· Períodos
de ocupação (Lista)
· Descrição
· Meio
· Acesso
· Espólio
· Depositários
· Classificação
· Conservação
· Processos
Administrativos
· Número
de trabalhos arqueológicos
· Número
de referências bibliográficas
· Ano
inicial fontes arqueológicas e bibliográficas
· Ano
final idem
· Trabalhos
Arqueológicos (Lista): Tipo de trabalho|Ano| Objectivos|Resultados | Responsável
· Bibliografia
(Lista): Título|Ano|Autor|Edição
É assim
uma base de dado de sítios, em que o elemento relacional explícito se reduz às
referências de trabalhos arqueológicos e de bibliografia.
Limitações do esquema/modelo da
base de dados
As
limitações mais evidentes deste esquema/modelo de dados são as seguintes:
- A
relação dos períodos com os sítios não é explícita, sendo realizada por
enumerações informais;
- O tipo
de sítio é independente da periodização, isto é, o modelo não contempla a
existência formal de tipos diferentes/específicos de sítio em épocas distintas
para um mesmo sítio arqueológico.
- O
thesaurus da nomenclatura de tipos de sítio não é nem consistente nem
hierarquizado. Abundam nas designações de período as formas irregulares, assim
como comentários e interrogações cuja possibilidade formal é omissa no modelo.
- A
designação do sítio é usada para definir, de modo não normalizado, aspectos
estruturados da identificação do sítio não contemplados no modelo: enumerações
específicas, moradas urbanas, período arqueológico, etc.
- A
descrição dos vestígios não apresenta qualquer estruturação nem um léxico
normalizado, dividindo-se além disso aleatoriamente por dois campos (descrição
e espólio). Esta limitação é a mais grave pois condiciona seriamente toda a
análise espacial dos vestígios e, mais notoriamente, uma avaliação independente
dos critérios de classificação dos sítios.
Em
síntese, as manifestas limitações do modelo de dados levam os actualizadores da
base de dados a utilizar "esquemas" informais para contornar essas limitações,
baseados em construções livres de texto inconsistentes entre si e não
validadas.
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*ex Instituto Português de Arqueologia/IGESPAR
Parabéns pelo centésimo e que venham mais centúrias com a boa qualidade da divulgação do Imprompto.
ReplyDeleteContinuação de bom trabalho e saudações marítimas.
Muito obrigado João Vaz pelos parabéns e pelo comentário de apoio
ReplyDeleteFABULOSO!!!
ReplyDeleteFantástico trabalho. Mais houvessem de outros peiodos.Há mais uns locais em Mira.
ReplyDeleteConteúdo informativo, interessantíssimo. Se me for permitido dar um pequeno contributo, informo o IGESPAR que, na cidade de Odivelas foi encontrado uma ara fúnebre, junto ao sitio que outrora parece ter sido um antigo cemitério medieval. Em zona muito próxima fui testemunha do encontro de um calcário com gravação da cruz templária, hoje exposto na Biblioteca da cidade. Caso haja interesse estou disponível para identificar os locais referidos. Meu contacto: mariadenogueira@live.com.pt
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