O conhecimento arqueológico do concelho de Olhão, sobretudo da freguesia de Moncarapacho, é resultante de dois fenómenos contraditórios:
- Tem a seu favor a presença casual e extraordinária do saudoso Dr. José Fernandes Mascarenhas, que ao longo da sua vida tentou coligir todas as notícias arqueológicas da zona e verificá-las pessoalmente, sempre que possível. Sem esta sua acção de recolha, publicação e exposição de alguns dos espólios no museu de Mocarapacho, a ignorância seria idêntica à da grande maioria das zonas não urbanas do Algarve, isto é, quase total.
- Tem contra si o inexplicável desinteresse dos arqueólogos e historiadores antigos sobre o local, onde nunca foi feita uma prospecção sistemática, onde o tremendo desenvolvimento urbanístico e agrícola dos últimos anos se tem efectuado sem o mínimo cuidado de registo do património arqueológico e onde a maioria dos materiais descobertos nunca foi objecto de estudo científico e, muito menos, de uma contextualização histórica e territorial. Resulta deste abandono a inexistência de uma verdadeira carta arqueológica, estando por localizar com precisão uma grande parte dos sítios assinalados.
O catálogo dos sítios até agora identificados apresenta-se abaixo, sob a forma de tabela.
Não pretende ser exaustivo, visto basear-se apenas na bibliografia imediatamente disponível pelo autor. Elimina os sítios medievais posteriores à conquista portuguesa, que saem do âmbito deste trabalho, em que se incluem todas as torres costeiras mesmo se algumas possam ter tido uma origem anterior, que se desconhece. Tem também um carácter resumido, nomeadamente na descrição do sítio romano de Marim, tratado à parte (http://imprompto.blogspot.com/search/label/Marim).
Não houve qualquer preocupação em respeitar limites administrativos antigos ou actuais.
Destaca-se a identificação de 59 estações distintas, das quais 39 do período romano e/ou tardo-antigo.
Abreviaturas bibliográficas do catálogo
ADD Algumas doações de D.Dinis em Faro e seu termo, J. Fernandes de Mascarenhas, separata dos Anais do Município de Faro 1974, Faro
AMA Antiguidades monumentais do Algarve, 1887-1891,S. Estácio da Veiga, Lisboa
ARA Arqueologia romana do Algarve, 1972. Vol. 2, Maria Luísa E.V. Affonso, Lisboa
CA Carta Arqueológica de Portugal, 1995. Concelho de Olhão. Coord. de Teresa Marques, Lisboa
EAA Elementos de Arqueologia sobre o Algarve, 1967, J. Fernandes de Mascarenhas, Tavira
EPS “Estabelecimento de produção de salga da época romana na Quinta de Marim (Olhão). Resultados preliminares das escavações de 1988-89” in Setúbal Arqueológica, vol. IX-X (1992), pp. 335-374
FC Fornos de cerâmica e outros vestígios romanos do Algarve, 1974, J. Fernandes de Mascarenhas, Lourenço Marques
IRCP Inscrições romanas do Conventus Pacensis, 1984, José d´Encarnação, Coimbra
NAH Notas de Arqueologia e História sobre o Algarve, 1989, J. Fernandes de Mascarenhas, Olhão
NDA Novas descobertas arqueológicas no concelho de Olhão, J. Fernandes de Mascarenhas, 1993, Olhão
RMM Roteiro dos monumentos militares portugueses, Vol. III, João de Almeida, 1947, Lisboa
RP Roman Portugal. Gazeeteer, Vol. II, Fasc. 3, Jorge de Alarcão, 1988, Warminster
SBA São Brás de Alportel na Antiguidade, Luís Fraga da Silva, 2002, Tavira
Nº | Nome | Localização | Achados | Período | Bibliografia |
1 | Cerro da Cabeça | | Muitos machados de pedra | "Pré-História" | AMA,IV, p.106 |
2 | Moncarapacho | Junto à aldeia | Dois machados de pedra polida (um representado na estampa XX, nº3) | "Pré-História" | AMA,I, p.84-85 AMA,IV, p.106-7 |
3 | Moita Redonda | | 3 sepulturas de inumação com fragmentos de ânforas, destruídas | Antiguidade Tardia | CA, p.83 |
4 | Moncarapacho | Sobrados (Estrada para Santa Catarina) | Necrópole de inumação páleo-cristã. Sepulturas de forma trapezoidal semelhantes às de Odrinhas e Mértola. 1.70x.45m escavadas no caliço e cobertas por duas lajes toscas de caliço. Sem espólio ma com vestígios de sudário. Orientadas a E-O numa encosta voltada a Nascente. Esqueletos ditados de lado ou encolhidos com a cabeça voltada para Oeste. Uma estela anepígrafa desaparecida 24 sepulturas, mas deve ter havido muitas mais pois apareceram na zona muitos outros esqueletos. | Antiguidade Tardia | EAA, p.48-56 |
5 | Barria | | Ídolo oculado e sepultura desaparecida | Calcolítico | NDA p. 14-17 |
6 | Cerro da Cabeça | Gruta | Placa ídolo | Calcolítico | NDA, p.17 |
7 | Moncarapacho | Sem localização | Três ídolos oculados (exceptuando o da Barria) | Calcolítico | NDA, p.14-17 e 19-22 |
8 | Canada de Bias | 40 m a N da estrada de Faro | Sepultura quadrangular de inumação com fragmentos de cerâmica Na área e no caminho para o poço da Amoreira foram destruídas outras semelhantes, com pedras de raio e “lancetas de sangrar gado” em cobre. | Idade do Bronze | CA, p.99 AMA,IV, p.105-6 |
9 | Cerro da Cabeça | Fazenda de José Catarina | Sepulturas quase quadradas, destruídas | Idade do Bronze | AMA,IV, p.106 |
10 | Cerro de Argil | SE do cerro da Cabeça | Sepulturas quase quadradas, destruídas | Idade do Bronze | AMA,IV, p.106 |
11 | Foupana | Propriedade de António Palermo | Sepulturas quase quadradas, destruídas | Idade do Bronze | AMA,IV, p.106 |
12 | Rua dos Parreirões | Fazenda de Francisco Pacheco | Sepulturas quase quadradas, destruídas | Idade do Bronze | AMA,IV, p.106 |
13 | Cerro da Cabeça | Gruta do Abismo | Objectos “deixados pelos mouros” | Indeterminado | AMA,I, p.84 |
14 | Cerro de São Miguel | Marco geodésico | Vestígios de ruínas e construções circulares na face Sul | Indeterminado | Inédito |
15 | Poço da Areia | | Silo | Indeterminado | CA, p.87 |
16 | Cerro de São Miguel | Ermida | Pia de pedra, com a forma de rosa de oito pétalas, semelhante à de Cacela. Usada provavelmente para abluções e posteriormente reutilizada como pia de água-benta. | Islâmico | NAH, p. 18-21 |
17 | Hortinhola | Dentro de um poço | Silo, alcatruzes, cerâmica comum, poço Cerâmica “visigótica” ? | Islâmico | EAA, p.59-60 |
18 | Moinho do Tesouro | | Cerâmicas comuns de pasta branca e vidrada | Islâmico | CA, p.83 |
19 | Palmeira | | Silo | Islâmico | CA, p.75 |
20 | Vale da Serra |
| Cerâmica vidrada e melada, telhas | Islâmico | CA, p.71 |
21 | Poço da Amoreira | Bias do Norte | Silo, Torre | Islâmico ? | EAA, p.61 CA, p.95 |
22 | Murtais | | Muros arruinados de torre ou fortificação | Medieval ? | RMM |
23 | Alfanxia | | Dois fornos de olaria, quantidades enormes de restos de cerâmica e cinzas. Fornos cilíndricos com tecto em abóbada de tijolo, com 5 arcos. 2m de altura e 2.8 m de diâmetro. Poço de cinzas com 17 m de comprimento. Lateres, tégulas, imbrices, dólias, ânforas e lucernas (uma com um caranguejo em relevo). Asa de ânfora com marca de oleiro DASIM/VSTELI Muros, tanque de formigão com 1.8x1.6m Canal de abastecimento de água Moeda de Augusto e de Nerva Mó quebrada Necrópole com várias sepulturas de inumação, revestidas de placas de argila. Uma tinha um cipo epigrafado D.M.S./AMIMETVS/VI. ANN. XXIII/H.S.E.S.T.T.L., datável de finais do séc. II ou princípios do III. | Romano | FC, p.9-14,20 EAA, p.36-37 NAH, p.15 IRCP, p.83-84 |
24 | Areias | | Moeda de bronze de Maximino Pio ou Maximiano (Séc. III). | Romano | NAH, p.16 |
25 | Arouca | Prop. de João Mascarenhas de Mendonça | Lápide funerária de Titus Manlius Lacon, datada do séc. II D(IS) M(ANIBVS) S(ACRVM) T(ITVS) MANLIVS LACON ANNOR(VM) LV H(IC) S(ITVS) E(ST) S(IT) T(IBI) T(ERRA) L(EVIS) | Romano | EAA, p.41-43 CA, p.87 IRCP, p.92 |
26 | Atabueira | | Tégulas e moedas várias, desaparecidas | Romano | |
27 | Barria | | Moeda(s?) | Romano | NAH, p.15 |
28 | Belamandil | | Benamadil no tempo de D. Dinis Necrópole de incineração destruída, com objectos de vidro. Patera funerária e lateres. 3 unguentários depositados no Museu de Faro. Moeda de bronze de Cláudio I | Romano | ADD, p.4-6 ARA, p. 247-8 |
29 | Bias do Sul | Alguns metros a Sul da Estrada Nacional, perto duma nora | Marco miliário e termo Augustal: AVG(VSTO) PONTIFICI / MAXIMO / MILLIA PASSUUM DECEM | Romano | EAA, p.7-15 |
30 | Bias do Sul | Entre a estrada e o mar | Numerosos vestígios de materiais de construção romanos, próximo do mar, sobretudo tijolos muito reutilizados. Fuste de grossa coluna maciça, encontrado perto da estrada. Tradição local de "cidade" perto da costa. | Romano | EAA, p.10-11 |
31 | Cerro de São Miguel | Face Oriental | Troço de calçada na base, próximo de um forno de cal, e via parcialmente escavada na rocha pela face Norte do barranco, com muros de suporte e prováveis sinais de rodado de carroças. O caminho está cortado pelo talude da estrada moderna, de acesso ao cume. | Romano | SBA, mapa 5 Verificado por Maria e Manuel Maia |
32 | Cruz da Pedra | | Moeda(s?) | Romano | NAH, p.15 |
33 | Gião | | Moeda(s?) | Romano | NAH, p.15 |
34 | Horta do Quintalinho | | Moeda(s?) | Romano | NAH, p.15 |
35 | Livramento | Conc. de Tavira | Moedas do séc. III e IV | Romano | RP, p.209 |
36 | Marim | Quinta de Marim | Grande villa, com numerosos elementos arquitectónicos e decorativos e cella vinária ou oleária Templo pagão privado de meados séc. IV Balneário Duas necrópoles com numerosos vestígios epigráficos, tumulares e de espólio funerário (sécs. II-III) Diversos objectos domésticos e pessoais Tesouro de 100 aureus de Honório Elementos Tardo-Antigos do séc. V e talvez posteriores, incluindo cerâmica "late roman C" e inscrições cristãs. | Romano Antiguidade Tardia | ARA, p.249-286 IRCP, p.82-101 RP, p.208 |
| Marim | Marinhas da Ana Pereira | Fábrica de salga, com edificações, duas linhas de cetárias, duas fornalhas, forno de cal. Concheiro de "Murex brandaria". Espólio diverso e abundante, nomeadamente ânforas e sigillatas de várias origens, cerâmica africana e local. Pesos de pesca, 1 moeda séc. III, 4 ânforas almagro 50 com a marca IVNIORVM, de produções locais de produtos piscícolas | Romano Séc. III | EPS |
38 | Marim | Guarda Fiscal | Cetária isolada, com ruínas de edificação modesta e poucos vestígios | Romano | Informação de Cristina Garcia |
39 | Marinhas de José Guerreiro | | Ânforas romanas intactas Tijolos de argila vermelha | Romano | FC, p.15-16 |
40 | Moncarapacho | Casa de Xavier Martins | 4 tégulas com sulcos digitais sinuosos. Provavelmente pertencentes a sepultura de incineração | Romano | FC, p.18 |
41 | Moncarapacho | Horta do padre Graça | Moedas e achados não especificados, Silo | Romano | NAH, p.15 CA, p.79 |
42 | Moncarapacho | Largo do Poço | 2 moedas, 1 de Sétimo Severo | Romano | NAH, p.15 |
43 | Moncarapacho | Sobrados | Vestígios de forno de olaria: grande quantidade de restos de louça de barro e cinzas. Paredes de alvenaria revestidas a formigão romano. Poço com 2 m de profundidade, revestido a formigão romano. Local junto à necrópole | Romano | EAA, p.51 |
44 | Moncarapacho | Sem localização | Moeda de bronze de Honório | Romano | EAA, p.52 |
45 | Morgado de D.Menga | | Materiais de construção Muitas sepulturas de inumação, algumas com brincos metálicos Moedas, das quais 1 bronze de Séptimo Severo Mó de lagar (de azeite?) Duas construções subterrâneas, uma com cascas de marisco no fundo. Túmulo de incineração tapado com grande laje, construção quadrada em tijolo com unguentário verde translúcido, idêntico ao do M.N.A: Sepultura de inumação coberta por três lajes de pedra,de militar com espada de ferro de 55cm, aparentemente germânica e fragmentos de aryballos em vidro da 2ª metade do séc. I e copo do Séc. II. Orientação N-S. Na propriedade existe uma nascente chamada Buraco Santo, a que se atribuem propriedades medicinais na cura de chagas. | Romano | EAA, p.29-31 SEP |
46 | Murtais | | Cerâmica comum e sigillata associadas a concheiro compacto | Romano | CA, p.75 |
47 | Olarias | | Moeda(s?) | Romano | NAH, p.15 |
48 | Palmeira | | Materiais de construção | Romano | NAH, p.32-33 |
49 | Parra | | Várias sepulturas de inumação, cada uma com dois esqueletos em sentido oposto. Pequeno frasco de vidro na cabeceira de cada um delas. | Romano | FC, p.19-20 |
50 | Quelfes | Junto à ponte | Lápide votiva: [...]REI[...]NI TVRVBRI[...]/[...]E EX NARAC[...]/[...]V SVOTV SO[LVIT?] | Romano | FC p.20-23 IRCP, p.81 |
51 | Quintã | | Sarcófago de pedra 1.94x0.56x0.51 originalmente com tampa | Romano | FC p.17-18 |
52 | Romeirão | | Estruturas arrasadas e grande lápide com inscrição, destruída. Materiais de construção Diversas moedas romanas do período imperial | Romano | ARA, p.291 AMA II, p.578 |
53 | Torrejão Velho | Belamandil | Balneário Sepulturas desaparecidas Tijolos, lateres, frag. de vasos de vidro Anzóis de bronze e obj. metálicos Capitel coríntio Tesouro de muitas moedas, grande parte espalhadas, com um núcleo de 50, da República ao séc. IV. As de Constantino Magno são as mais numerosas, seguidas das de Filipe o Árabe e sua mulher. | Romano | NAH p.7-13 |
54 | Vale da Serra | | Represa em opus signinum | Romano | CA, p.75 EAA, p.32-33 |
55 | Vale da Serra | | Restos de calçada entre o cerro da Calada a da Cabeça, na direcção da Foupana | Romano | EAA, p.32-33 |
56 | Lameiro | | Calçada, que se prolongava até à D. Menga | Romano ? | NAH, p.32-33 |
57 | Poço do Ouro | | 3 sepulturas quadradas de incineração, revestidas a tijolo em todas as faces | Romano ? | FC, p.12 |
58 | Cerro da Cabeça | Face NE | Via calçada na direcção Norte-Sul. O troço mais longo tem um pavimento de pequenas lajes irregulares, segundo uma tipologia medieval ou moderna. Corresponde a um caminho e logradouro público conhecido localmente como "dos caçadores" e de "Portugal". Foi recentemente apropriado, em grande parte, por propriedade privadas. Mantém, na sua extremidade NE, transformada em "rua" privada de um monte tradicional, uma parte com lajeado de características romanas, no sentido do Monte do Tesouro e Estiramantens. | Romano e Idade Média/Moderno | SBA, mapa 5 Verificado por Maria e Manuel Maia |
59 | Moncarapacho | Sobrados (Casa do Povo) | Anel de ágata com figura de legionário armado (elmo, lança e escudo oval) 5 sepulturas idênticas às da necrópole "telhas muito grossas", pedaços de potes | Romano, Antiguidade Tardia | EAA, p.34-35 |
Como tem um texto sobre Aljezur, gostaria que desse uma vista de olhos no artigo que publiquei sobre o topónimo "Aljezur" na revista Al.Rihana, também disponível na página Celtiberia.
ReplyDeleteObrigado!
ventura.1973@gmail.com
Conheci o Dr. Mascarenhas durante o I Encontro de Espeleologia do Algarve, realizado pelo CEEAA em Moncarapacho, julgo que em 1981. Eu integrava o GIAE (Grupo de Insvestigação Arqueológica e Espeleológica), hoje CES - Centro de Estudos Subterrâneos de Lagos. Nessa altura, o distinto "resistente" das coisas da História e do Património mostrou-nos um ídolo - que não consigo identificar na lista apresentada - se a memória não me falha seria em matéria semelhante ao grauvaque, pelo menos em cor, e teria uns 30 a 35 cm de altura. Mais não me lembro porque nessa altura era a Espeleologia que nos movia, e não a Arqueologia ou a História.
ReplyDeleteIndesculpavelmente, para mim, Olhanense de berço, não conheço a amplitude do trabalho do Dr. Mascarenhas. Conheço a do homólogo dele em Lagos, o Dr. Tello Queiróz. Receio que com o desapareceimento destas gerações de abnegados investigadores, desapareça algo mais do que a paixão e o apego às coisas do património histórico e cultural local e regional.
Valham-nos as excepções, um ou outro oásis num deserto cada vez mais vasto.
Parabéns pelo excelente blogue que aqui tem, Dr. Luís Fraga da Silva. E parabéns pelo qualidade das suas investigações e pelo sentido que lhes imprime.
Saúde!
Francisco Castelo
Técn. História e Fotógrafo da CMLagos
Membro do CEMAL
Caro Ruy Ventura. Tive finalmente oportunidade de ler o seu interessante artigo. Responder-lhe-ei assim que puder.
ReplyDeleteObrigado pelo comentário
Luís Fraga
Caro Francisco Castelo
ReplyDeleteMuito obrigado pelas suas gentis palavras sobre o blog e, sobretudo, pelo seu muito pertinente comentário relativo a Fernandes Mascarenhas e aos da sua geração.
Saudações cordiais
Luis Fraga